É através do líquido amniótico que o bebé contacta pela primeira vez com algumas substâncias que refletem as experiências da mãe no seu meio ambiente. Entre elas, experiencia o sabor dos alimentos. E é tão surpreendente o facto de os aromas e sabores dos alimentos serem apresentados ao bebé através do líquido amniótico, como o facto de o bebé ser capaz de os cheirar e saborear.
Vou falar-vos um pouco mais sobre cada um destes factos:
1. Os sabores e aromas dos alimentos são apresentados ao bebé através do líquido amniótico
Através de análises químicas e sensoriais foram identificados no líquido amniótico alguns compostos voláteis que conferem aroma e sabor aos alimentos. Por exemplo, o líquido amniótico de mulheres que consumiram alho antes de uma amniocentese foi avaliado como tendo um cheiro mais intenso ao mesmo, do que o líquido amniótico de mulheres que não o consumiram.
2. O bebé é capaz de os cheirar e saborear
As papilas gustativas formam-se pelas 8 semanas de gestação e podem detetar compostos pelas 14 semanas. Além disso, os orifícios nasais do feto abrem-se para o líquido amniótico pelas 24 semanas de gestação, permitindo assim a deteção de moléculas ativas de aroma. Ainda que estas estruturas continuem a desenvolver-se após o nascimento, em termos anatómicos e funcionais, permitem já, no terceiro trimestre de gravidez, que o bebé sinta compostos tanto através do paladar como do olfato. Um estudo recente acrescenta evidência clara disso. Cerca de 100 mães no terceiro trimestre de gravidez participaram no estudo e foram divididas em 3 grupos: um grupo que teve exposição a couve (escolhido por ser um vegetal mais amargo), outro a cenoura (escolhido por ser mais doce e “frutado”) e um terceiro grupo, de controlo, sem exposição a qualquer alimento. Após a ingestão foram realizados ultrassons 4D para observar as expressões faciais dos bebés e vejamos a diferença:

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