E não quero com isto dizer que não seja complicado preparar refeições para o nosso bebé, entre as múltiplas tarefas da maternidade. Muitas vezes soma-se ainda, nesta fase, o regresso da mãe ao trabalho, que tem tanto de emocionalmente desafiante como de fisicamente desgastante.
Haverá momentos em que sentiremos saudades da simplicidade de dar maminha, nunca imaginando que seria tão mais fácil do que ter a ementa dos nossos bebés pronta a horas e com a melhor qualidade que lhes podemos oferecer.
Ou seja, já por si esta fase é complicada. Mas oferecer alimentos ao nosso bebé não precisa ser assim tão complicado.
É que quando o bebé começa a comer, os pais deparam-se com uma série de regras rígidas e cronologias que os deixam confusos. Numa fase já com tantas novidades e receios o maior desejo é ter um plano claro para a introdução de alimentos.
Pois deixo uma palavra que muito exploro nas minhas consultas e cursos. Não porque é a ‘minha abordagem’, mas porque é hoje o olhar da comunidade científica sobre a Introdução de Alimentos, que nem sempre se reflete nas recomendações feitas em Portugal:
Simplifiquem.
Só em Portugal nos guiamos por cronologias e regras tão rígidas no que toca à introdução de alimentos e a maioria delas não têm, nem nunca tiveram, qualquer sustentação científica. A evidência mais atual diz-nos que não deve ser assim tão complicado.
Alguns exemplos:
- Dizem-nos que a sopa deve ter sempre ‘aquela base laranja’ e não há motivo para isso. Devemos oferecer variedade de vegetais ao bebé desde o início e variar as bases das sopas. Um exemplo de uma sopa para começar sem a ‘tal’ base laranja.
- Alguns profissionais dirão que deve atrasar a introdução de alimentos que podem provocar alergia. Hoje sabemos que quanto mais cedo se introduzirem, menor a probabilidade de o bebé desenvolver alergia ou intolerância. Ou seja, não há motivo para se atrasar a introdução do glúten, do ovo ou do peixe, por exemplo.
- Alguns profissionais dirão que deve cozer a fruta e que se deve limitar a maçã, pêra e banana por uns tempos. Mas este pressuposto não é (de todo!) baseado em evidência. Sabemos hoje que deve oferecer variedade de fruta fresca e não há ‘fruta a evitar até ao ano de idade’.
Se precisar de ajuda, para sentir mais confiança e para ‘descomplicar’, conte comigo!
Lisa Afonso
Nutricionista Infantil | Investigadora Doutorada na área do Comportamento Alimentar Infantil
Eu estou na fase de introdução alimentar do meu bebé e deparei -me com diferentes recomendações. Parece que muitos profissionais ainda estão desatualizados nesta matéria, principalmente a nível de cronologia de introdução de alimentos e atraso da introdução de alergénicos. Decidi seguir as recomendações do UK que parecem ser as mais atualizadas de momento.
Muito bom artigo, Lisa 🙂
Isso: as recomendações do UK são muuuuito mais atualizadas!
Obrigada Joana Se puder ajudar é só dizer!